4 de mar. de 2013

Reparo e cicatrização + caso clínico.


O post de hoje será sobre uma das mais antigas e concretas indicações do laser de baixa potência: o reparo tecidual. Tendo em vista todos os mecanismos de ação do laser nas células, o tecido restabelece a homeostase, o equilíbrio, a normalidade, levando, então, a sua reparação. Trocando em miúdos, quando o tecido está com energia ele tem força para se recuperar. Lá vem a sabedoria de vó dizendo que o corpo doente precisa de comida, precisa de energia!
O processo de cicatrização sofre influência de fatores que prejudicam o processo, por exemplo, diabetes. Para o cirurgião-dentista, atender um diabético não controlado é alerta puro, pois as feridas podem demorar muito para cicatrizar, e ficam expostas aos micro-organismos e traumas externos.
O laser atua na inflamação, e o reparo é a fase final da mesma. Nesta fase, a ideia é construir um novo tecido para substituir o que foi perdido, e para isso existem etapas a serem seguidas: granulação (proliferação de fibroblastos e secreção de colágeno, que formam a base do novo tecido), contração (fechamento de toda a área da lesão por tecido de granulação), e epitelização (formação da borda da lesão). Dependendo do quão rápido o tecido precisa ser reposto, forma-se a cicatriz do tecido, que tem 70% de resistência do tecido original, cor diferente, e é acelular e avascular. Isto porque tem casos que não se pode deixar a área exposta até que o organismo se organize para repor o tecido exatamente igual ao perdido, aí os responsáveis por fechar a ferida trabalham tão rápido que deixam a cicatriz.
A odontologia tem interesse enorme na aceleração de reparo e cicatrização: feridas cirúrgicas, incisão gengival, aftas, mucosite, injúria de ATM, acelerar regeneração de tecido nervoso lesionado, pós-implante..
A aceleração do reparo pelo laser se dá em diferentes tecidos de diferentes maneiras (copiado do livro referido ao lado):
1.    Tecido nervoso: modulação de mediadores inflamatórios, maturação e regeneração, modulação do potencial de membrana;
2.    Tecido muscular: remodelamento de colágeno, modulação na expressão de citocinas, proliferação de células satélites;
3.    Tecido ósseo: diferenciação em osteoblastos, aumento da atividade osteoblástica, maior síntese de fibras colágenas.
Enfim, não há dúvidas da eficácia do laser em cicatrização tecidual, quem usa uma vez e vê o resultado não fica mais sem.

Para ilustrar o post, um caso clínico de um primo, na fase de cair de bicicleta, cair do muro, ralar joelho e deixar a tia de cabelos em pé. O caso foi que ele caiu, cortou a canela e foi para o posto. Lá medicaram, mas deu processo alérgico ao medicamento, e foi internado. Por isso, chegou até mim com pus na região e alguns dias depois do acidente. O protocolo foi de 4 dias de laserterapia, com luz vermelha apenas, e pontos ao redor da lesão. Infelizmente, por motivos de força maior, não tenho a foto final, apenas a inicial e de dois dias seguintes. Ahh e desculpas pelas qualidades das fotos, ainda estou aprendendo essa história de fotografia.
Tenho outro caso, de ferida de diabético, com meses de exposição. Mas é cena para os próximos capítulos. J

Primeiro dia de laser
Segundo dia de laser


                                      
Último dia de fotos.





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